Paula
Isabel Allende
Edição/reimpressão: 2004
Páginas: 368
Editor: Difel
ISBN: 9789722907064
Colecção: Literatura Estrangeira
Sinopse:
Um livro que marca uma nova etapa, deslumbrante, na carreira de Isabel Allende. Esta obra de Isabel Allende possui e prossegue duas qualidades essenciais à sua narrativa e ao seu estilo literário: a densidade e a intensidade. Sendo uma representação do sofrimento e das memórias, Paula é um documento multi-biográfico, como de resto são em grande parte os seus outros romances, e neste se configura como uma viagem dupla em presença do estado comático da filha e da acumulação das experiências de outras dores, entremeadas de alegrias, da mãe. Paula é tanto um diálogo à cabeceira de uma doente clinicamente privada de consciência, como um solilóquio de grandeza e fragilidade, a tentativa de unir a ideia do amor como única ponte de salvação humana, a realidade do sofrimento tantas vezes absurdo e indecoroso.
Isabel Allende:
Escritora chilena, Isabel Allende nasceu a 2 de Agosto de 1942. Em 1973 foi forçada a abandonar o Chile na sequência do golpe militar em que Salvador Allende, primo do seu pai, foi assassinado ou levado ao suicídio. Trabalhou como jornalista no Chile e, posteriormente, em Caracas (Venezuela), onde viveu até 1984. Depois disso, passou a viver nos EUA, onde ensina literatura. Foi uma defensora acérrima dos direitos das mulheres. Segundo Isabel Allende, a sua experiência como jornalista foi-lhe útil na medida em que não só a ensinou a usar a linguagem de forma eficaz mas também a fez adquirir uma facilidade de comunicação que a ajuda a aproximar-se de qualquer pessoa com uma história a contar. Para ela, o primeiro objectivo da literatura é a expansão da consciência da realidade através da narração de histórias particulares capazes de se entrelaçarem na história colectiva e explorarem os mistérios da vida: a sua realidade marcada pelo sonho, pelas premonições e pelas visões. Os seus livros estão traduzidos em mais de 30 idiomas e constituem um caso ímpar de sucesso. Muitos deles já foram adaptados ao cinema, teatro, ópera e ballet, conferindo-lhe uma brilhante trajectória literária que com os anos não deixou de aumentar o seu prestígio. Publicou A Casa dos Espíritos (1982), De Amor e de Sombra (1984), Eva Luna (1989), Contos de Eva Luna (1989), O Plano Infinito (1991), Paula (1994), Afrodite (1997), A Cidade dos Deuses Selvagens (2002), O Meu País Inventado (2003), O Reino do Dragão de Ouro (2003), O Bosque dos Pigmeus (2004), Zorro, O Começo da Lenda (2005), Inés da Minha Alma (2006) e A Ilha Debaixo do Mar (2009).
Críticas de imprensa:
«Bela e Comovedora… Memória autobiográfica, episódica, talvez com um pouco de ficção; tudo está ali e tudo está maravilhoso.»
Los Angeles Times Book Review
Vou Contar-te Uma História,
Paula Por Marisa Torres da Silva
Quarta-feira, 7 de Agosto de 2002
"Paula", de Isabel Allende, é o testemunho contado na primeira pessoa sobre a morte de uma filha. Como se de uma viagem ao sofrimento humano se tratasse, o livro percorre também a vida da escritora, entrecortada por alegrias e tristezas, acontecimentos que fizeram história, personagens diversas, amores e desilusões Isabel Allende garante que esta obra não é sobre a morte. "O meu livro 'Paula' é uma memória trágica da história da morte de uma jovem rapariga, mas sobretudo uma celebração da vida. (...) A sua longa agonia deu-me a oportunidade única de rever o meu passado." Com efeito, embora "Paula" tenha como ponto de partida e fio condutor a doença da filha da escritora, o livro vai-se transformando num autêntico documento autobiográfico, à medida que Isabel Allende faz desfilar as figuras e os acontecimentos que intervieram na sua vida. Não se trata de uma mera obra auto-complacente, portanto. Como afirma a escritora, o romance serviu de veículo para prolongar a presença da filha junto da mãe, para manter a vida que já a tinha abandonado desde o momento em que deu entrada no hospital, mergulhando num coma profundo. Para Isabel Allende, a escrita funcionou aqui como um elemento catártico, a salvação para a mais profunda das agonias, fixando no papel as memórias e as recordações, para que o tempo não as apagasse irreversivelmente. Ao mesmo tempo que a autora exprime os dolorosos estados de espírito em que se encontra, plenos de dúvidas e de receios, essa longa viagem ao interior de si mesma, quando confrontada com uma situação limite, dá lugar a uma reconstrução da história da sua família. Em "Paula", Isabel Allende como que pinta um auto-retrato, apoiado em informações da mais variada índole, acerca dos seus progenitores, infância, desgostos, crenças e métodos de trabalho. Talvez porque, como diz, "toda a ficção é, em última análise, autobiográfica. Escrevo sobre amor e violência, sobre morte e salvação, sobre mulheres fortes e pais ausentes, sobre sobrevivência". Todas as suas memórias que inevitavelmente florescem com o decorrer da escrita são retocadas com a linguagem que habituou e prendeu leitores em todo o mundo, reminiscente do chamado realismo mágico sul-americano. Há, aliás, quem a considere uma parente pobre de Gabriel García Márquez. Gostos à parte, certo é que o seu estilo de escrita e as histórias que os seus livros contam a tornaram famosa.
Para onde vais, Paula?
Isabel Allende já sabia do estado da sua filha há muito tempo - Paula era portadora de porfíria, doença hereditária que recebeu através do pai, Miguel Frías, o primeiro marido da escritora. Paula ficou em coma durante um ano, acabando por falecer na casa da mãe e do padrasto na Califórnia, a 6 de Dezembro de 1992, com apenas 29 anos de idade. Se difícil é escrever sobre a morte, ainda mais doloroso é escrever sobre a morte de um filho. Mas Allende viu nesse processo uma hipótese de salvação, tentando não cair em sentimentalismos, que tanto horror provocavam em Paula. Daí que a longa introspecção que realizou a impedisse de atingir um estado de irremediável loucura. Começou por contar uma história para que a filha não se sentisse perdida no despertar, mas as páginas que redigiu transformaram-se numa lenta meditação, sem destinatário específico, até aos recantos mais obscuros da consciência e da memória. O resultado é uma obra poderosa e intensa, que conseguiu a façanha de fascinar os fiéis à obra literária da escritora chilena, mas também os mais cépticos em relação ao seu estilo habitual. A forma quase epistolar do romance e a sua intimidade sofrida distancia-se de outros que celebrizaram Allende, como "A Casa dos Espíritos", "De Amor e de Sombra" ou "Plano Infinito". O livro que a Colecção Mil Folhas disponibiliza agora aos seus leitores é seguramente o mais notável romance da carreira de Isabel Allende.
Minha Opnião:
Isabel Allende
Edição/reimpressão: 2004
Páginas: 368
Editor: Difel
ISBN: 9789722907064
Colecção: Literatura Estrangeira
Sinopse:
Um livro que marca uma nova etapa, deslumbrante, na carreira de Isabel Allende. Esta obra de Isabel Allende possui e prossegue duas qualidades essenciais à sua narrativa e ao seu estilo literário: a densidade e a intensidade. Sendo uma representação do sofrimento e das memórias, Paula é um documento multi-biográfico, como de resto são em grande parte os seus outros romances, e neste se configura como uma viagem dupla em presença do estado comático da filha e da acumulação das experiências de outras dores, entremeadas de alegrias, da mãe. Paula é tanto um diálogo à cabeceira de uma doente clinicamente privada de consciência, como um solilóquio de grandeza e fragilidade, a tentativa de unir a ideia do amor como única ponte de salvação humana, a realidade do sofrimento tantas vezes absurdo e indecoroso.
Isabel Allende:
Escritora chilena, Isabel Allende nasceu a 2 de Agosto de 1942. Em 1973 foi forçada a abandonar o Chile na sequência do golpe militar em que Salvador Allende, primo do seu pai, foi assassinado ou levado ao suicídio. Trabalhou como jornalista no Chile e, posteriormente, em Caracas (Venezuela), onde viveu até 1984. Depois disso, passou a viver nos EUA, onde ensina literatura. Foi uma defensora acérrima dos direitos das mulheres. Segundo Isabel Allende, a sua experiência como jornalista foi-lhe útil na medida em que não só a ensinou a usar a linguagem de forma eficaz mas também a fez adquirir uma facilidade de comunicação que a ajuda a aproximar-se de qualquer pessoa com uma história a contar. Para ela, o primeiro objectivo da literatura é a expansão da consciência da realidade através da narração de histórias particulares capazes de se entrelaçarem na história colectiva e explorarem os mistérios da vida: a sua realidade marcada pelo sonho, pelas premonições e pelas visões. Os seus livros estão traduzidos em mais de 30 idiomas e constituem um caso ímpar de sucesso. Muitos deles já foram adaptados ao cinema, teatro, ópera e ballet, conferindo-lhe uma brilhante trajectória literária que com os anos não deixou de aumentar o seu prestígio. Publicou A Casa dos Espíritos (1982), De Amor e de Sombra (1984), Eva Luna (1989), Contos de Eva Luna (1989), O Plano Infinito (1991), Paula (1994), Afrodite (1997), A Cidade dos Deuses Selvagens (2002), O Meu País Inventado (2003), O Reino do Dragão de Ouro (2003), O Bosque dos Pigmeus (2004), Zorro, O Começo da Lenda (2005), Inés da Minha Alma (2006) e A Ilha Debaixo do Mar (2009).
Críticas de imprensa:
«Bela e Comovedora… Memória autobiográfica, episódica, talvez com um pouco de ficção; tudo está ali e tudo está maravilhoso.»
Los Angeles Times Book Review
Vou Contar-te Uma História,
Paula Por Marisa Torres da Silva
Quarta-feira, 7 de Agosto de 2002
"Paula", de Isabel Allende, é o testemunho contado na primeira pessoa sobre a morte de uma filha. Como se de uma viagem ao sofrimento humano se tratasse, o livro percorre também a vida da escritora, entrecortada por alegrias e tristezas, acontecimentos que fizeram história, personagens diversas, amores e desilusões Isabel Allende garante que esta obra não é sobre a morte. "O meu livro 'Paula' é uma memória trágica da história da morte de uma jovem rapariga, mas sobretudo uma celebração da vida. (...) A sua longa agonia deu-me a oportunidade única de rever o meu passado." Com efeito, embora "Paula" tenha como ponto de partida e fio condutor a doença da filha da escritora, o livro vai-se transformando num autêntico documento autobiográfico, à medida que Isabel Allende faz desfilar as figuras e os acontecimentos que intervieram na sua vida. Não se trata de uma mera obra auto-complacente, portanto. Como afirma a escritora, o romance serviu de veículo para prolongar a presença da filha junto da mãe, para manter a vida que já a tinha abandonado desde o momento em que deu entrada no hospital, mergulhando num coma profundo. Para Isabel Allende, a escrita funcionou aqui como um elemento catártico, a salvação para a mais profunda das agonias, fixando no papel as memórias e as recordações, para que o tempo não as apagasse irreversivelmente. Ao mesmo tempo que a autora exprime os dolorosos estados de espírito em que se encontra, plenos de dúvidas e de receios, essa longa viagem ao interior de si mesma, quando confrontada com uma situação limite, dá lugar a uma reconstrução da história da sua família. Em "Paula", Isabel Allende como que pinta um auto-retrato, apoiado em informações da mais variada índole, acerca dos seus progenitores, infância, desgostos, crenças e métodos de trabalho. Talvez porque, como diz, "toda a ficção é, em última análise, autobiográfica. Escrevo sobre amor e violência, sobre morte e salvação, sobre mulheres fortes e pais ausentes, sobre sobrevivência". Todas as suas memórias que inevitavelmente florescem com o decorrer da escrita são retocadas com a linguagem que habituou e prendeu leitores em todo o mundo, reminiscente do chamado realismo mágico sul-americano. Há, aliás, quem a considere uma parente pobre de Gabriel García Márquez. Gostos à parte, certo é que o seu estilo de escrita e as histórias que os seus livros contam a tornaram famosa.
Para onde vais, Paula?
Isabel Allende já sabia do estado da sua filha há muito tempo - Paula era portadora de porfíria, doença hereditária que recebeu através do pai, Miguel Frías, o primeiro marido da escritora. Paula ficou em coma durante um ano, acabando por falecer na casa da mãe e do padrasto na Califórnia, a 6 de Dezembro de 1992, com apenas 29 anos de idade. Se difícil é escrever sobre a morte, ainda mais doloroso é escrever sobre a morte de um filho. Mas Allende viu nesse processo uma hipótese de salvação, tentando não cair em sentimentalismos, que tanto horror provocavam em Paula. Daí que a longa introspecção que realizou a impedisse de atingir um estado de irremediável loucura. Começou por contar uma história para que a filha não se sentisse perdida no despertar, mas as páginas que redigiu transformaram-se numa lenta meditação, sem destinatário específico, até aos recantos mais obscuros da consciência e da memória. O resultado é uma obra poderosa e intensa, que conseguiu a façanha de fascinar os fiéis à obra literária da escritora chilena, mas também os mais cépticos em relação ao seu estilo habitual. A forma quase epistolar do romance e a sua intimidade sofrida distancia-se de outros que celebrizaram Allende, como "A Casa dos Espíritos", "De Amor e de Sombra" ou "Plano Infinito". O livro que a Colecção Mil Folhas disponibiliza agora aos seus leitores é seguramente o mais notável romance da carreira de Isabel Allende.
Minha Opnião:
Este foi o primeiro livro que li de Isabel Allende, gostei bastante e recomendo vivamente. No entanto, tenho pena de não ter lido todo de seguida, pois este livro era merecedor disso e muito mais, extraordinariamente bem escrito, leva-nos para o seu seio familiar numa altura em que a sua filha estava no hospital em coma. A autora faz como que uma reflexão da sua vida, enquanto a sua filha está em coma e conta a história da sua vida e incluindo a sua infância. Quando estava a ler no início pensei que era apenas um romance que em nada tinha de verdadeiro mas depois ouvi e vi uma reportagem que Isabel Allende deu num canal de televisão em que era questionada sobre o facto de ter exposto em demasia o seu passado. Perante a entrevista nutri uma maior admiração e refiro-me à mulher e não à escritora, se me faço entender, pois esta todos sabemos que é soberba.
"Paula" é o segundo volume de uma trilogia, em que o primeiro volume é a "Casa dos Espíritos" e o terceiro é "A soma dos dias", este facto fiquei recentemente a saber quando li a sinopse do livro"A soma dos dias".
Este fabuloso livro é uma estrela cadente na atmosfera, é intenso, forte mas de uma sensibilidade notável. Gostei muito, apesar de achar triste, pois acima de tudo é uma história baseada em factos reais e não ficção.
Boas Atmosferas. :)
Boas Atmosferas. :)
Oii!
ResponderEliminarVocê visitou e comentou no meu blog, vim aqui conhecer o seu cantinho ^.^
E adorei, estou te seguindo também, beijos =D
Cel,
www.umajanelasecreta.com
Adoro Isabel Allende e o Paula é um livro extraordinário porque o sentimos tão sincero. A Soma dos Dias, também ele autobiográfico já não me cativou tanto. Achei-o aborrecido... Dos autobiográficos, para além do Paula gostei muito do O Meu País Inventado e A Casa dos Espíritos, embora este não o veja como autobiográfico. :)
ResponderEliminarObrigada Cel...
ResponderEliminarBoas Leituras:)
N.Martins eu ainda não tive com espírito de ler os outros dois mas tenho tido boas referências da "Casa dos espíritos", contudo do livro " A Soma dos medos" ainda não li nada de muito relevante.
ResponderEliminarEngraçado que à um tempo atrás a Isabell Allendel era considerada uma referência na literatura, pelo menos era mais falada agora ultimamente as obras saem e não se fala muito das suas obras, ao passo que outras obras saem e lá estão elas no top.
Repara N. Martins contra mim pois só li um dos livros dela, e muitos sinceramente nem sei bem por que escrevo isto...foi um desabafo, acho eu sei lá....
:) Boas leituras.
Olá!
ResponderEliminarHá uns anos li "Paula" e tocou-me muito.
Bjs
Olá Ana
ResponderEliminarRealmente é um livro muito intenso.
Boas atmosferas.
Talvez a Isabel Allende passe mais despercebida porque andou uns tempos afastada do seu género de livros (escreveu uma trilogia para os netos e o Zorro). Regressou há pouco tempo com o Inês da Minha Alma, que não li e o A Ilha Debaixo do Mar, que já li e adorei! :)
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