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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Minha opinião sobre o livro "Caminhos do Coração" da escritora Helena Sacadura Cabral

Caminhos do Coração
de Helena Sacadura Cabral
Edição/reimpressão:2011
Editor: Clube do Autor
ISBN: 9789898452368
Preço:15.95 euros
Comecei a ler:17-08-2015
Terminei de ler:17-08-2015
Os caminhos entre o sonho e a realidade. Um percurso que nos conduz ao fundo da nossa alma.
Sinopse:
«Os caminhos do coração são ricos e diversos. Uns são direitos, firmes, felizes. Outros são sinuosos, traidores, infelizes. Mas todos eles acabam, de um modo ou de outro, por nos conduzir, como uma bússola, aos pontos cardeais da nossa vida. 
Nesta obra, Helena Sacadura Cabral partilha algumas das viagens da sua vida e conta histórias que vivem dentro de si. São rotas sentimentais variadas que mais não são do que diferentes formas de existir e amar, de errar e aprender - enfim, de viver. Este livro constitui assim um mapa sentimental entre o sonho e a realidade, um roteiro que nos conduz ao coração. O nosso e o dos outros…»
retirado do site wook
Minha opinião:
Este é um livro de contos, o primeiro que li este ano, que comprei para a minha mãe e que por causa do Desafio Reading 2015, em que tenho que ler um livro que a minha mãe leu e recomenda, ela falou-me deste livro.
Li-o durante a Maratona Literária 24/7 e adorei, nunca tinha lido nada desta escritora e devo confessar que fiquei totalmente rendida ao modo como escreve e nos conta várias histórias, todas elas com mensagens extraordinárias.
Gostei principalmente das histórias relacionadas com as suas viagens, achei fantástico o cuidado que a escritora teve em fazer o enquadramento dos diferentes países, contando algumas lendas, falando sobre a história dos povos e mesmo sobre a história dos países.
A leitura foi muito agradável e fez-me pesquisar sobre os locais que ela refere, com a curiosidade de ver sobre o que ela escrevia.
Recomendo vivamente este livro.
Classificação de 4 estrelas no Goodreads.
Excertos:
«Os Caminhos do coração são tão ricos e diversos que mesmo que eu escrevesse toda a vida sobre o tema não chegaria, jamais, a esgotá-lo.
Uns desses caminhos são direitos, firmes, felizes. Outros são sinuosos, traidores, infelizes.
Mas todos eles acabam, de um modo ou de outro, por nos conduzir, como uma bússola, aos pontos cardeais da nossa emoção.» pág. 9

«Porque, afinal, a nossa existência também acaba por ser influenciada pela forma como os outros reagem àquilo que lhes acontece.» pág. 10

«Conhecida mundialmente como a Cidade das Luzes, nome que ficou a dever-se ao intelectual do Iluminismo, tornou-se num dos principais centros turísticos de todo o mundo. A beleza da sua arquitectura, as suas perspectivas urbanas, avenidas e os mais diversos museus conquistam todos os que a visitam.» pág.14

«Paris é tudo o resto não vem nos guias ou roteiros. Paris é, sobretudo, um estado de alma!» pág.15

«Em casa o pai chamava-lhe nomes e dizia que tinha jeito de mulher. Fazia-o para o espicaçar, para o ver reagir, mas também para o ofender. Contudo, ele não se ofendia. A mãe, ao contrário, tentava percebê-lo. Punha-lhe questões. Sabia, intuía que o facto de ele "ser diferente" seria, sempre, algo de muito doloroso.» pág.23

«Foram meses e meses de sofrimento. De dúvidas. De forte complexo de culpa. De auto-reprovação. De tentativas, até, de encontrar raparigas por quem se interessasse. Tentativas goradas, como se pode calcular. E mesmo traumatizantes.» pág.24

«Cresci ouvir falar de New York como uma cidade especial. Que se ama ou detesta. Mas que jamais deixa indiferente alguém que a conheça. Eu pertenço ao primeiro grupo. ...O que eu amo nesta cidade é o lado escondido de que só os seus amantes se sabem dar conta. Como aquele velho amor, perdido há muito tempo e que, quando se reencontra nos provoca o mesmo estado de encantamento do passado.»pág.27

«Pertenço a uma geração que, tendo assistido à grandeza e à queda da Alemanha, acabou por ser profundamente influenciada pela sua cultura. ... Os anos passaram e com eles ficou-me um certo sentimento de que a Germânia, estigmatizada pelo Holocausto nazi, fora um pouco esquecida pela Europa. A queda do Muro de Berlim voltaria a chamar a nossa atenção para aquele país. E, a partir daí, nunca deixámos de o ter nos comandos da Europa.» pág.59 e 60

«É preciso gostar de África para poder ir a qualquer uma das nossas antigas colónias. Sempre achei que a vida em Angola tinha mais pontos em comum com Portugal do que Moçambique, em que a influência inglesa estava muito mais presente.» pág.73

«Historicamente falando, tratou-se, no passado, de um continente invisível, uma vasta terra a que os cartógrafos deram pouca atenção. Sendo o maior país da Oceânia, ocupa todo o continente e várias ilhas adjacentes. O seu nome é originário de lendas antigas e considerado como sinónimo de "terra desconhecida do Sul". Vem do latim australis.»pág.89

«Foi nesses dois dias de ciceronagem que aprendi que a terra tinha, pelo menos, dois milénios de tradição e que no século X haviam coexistido na cidade duas colónias. A dos vikings nórdicos, chamada de Dub Linn ou Dyflin, e a dos célticos, a Ath Cliath.» pág.107

«Aos que se interroguem acerca deste título, direi que ele representa o nome nacional do país ao qual chamamos Índia (Bharat). Deriva do persa antigo hindu, que, por sua vez, vem do sânscrito sindhu» pág.121

«Viajar por Bharat constitui um marco interior que dificilmente se esquece. Porque impõe um olhar isento e o despojo da imagem que temos da nossa própria cultura. Ali, o que importa é o que vivenciamos. É que há uma profunda diferença entre os padrões com que nos confrontamos e a inexorável comparação que fazemos entre o deles e o nosso modo de existir. Só quem passa por lá tem a consciência clara desta diversidade.» pág.122

«A Sicília era, do meu ponto de vista, um país dentro de outro. Acresce que não é fácil falar-se de uma terra de contrastes, que vão da máfia à dureza do trabalho, das belezas das falésias à fúria dos vulcões (Etna), das ruínas aos monumentos que o tempo não gastou; enfim, da embriaguez das vielas mais simples à majestade de uma história na qual se cruzam as influências mais variadas.» pág.153

«Se alguma coisa eu aprendi neste primeiro contacto com o nossos irmãos da América do Sul, foi que tudo quanto nós historicamente endurecemos eles polvilharam com açúcar. A começar na própria língua...» pág. 171
Boas leituras!

10 comentários:

  1. Olá Carla,
    Nunca li nada da Helena Sacadura Cabral mas tenho imensa curiosidade pois gosto imenso dela. E este parece ser um bom livro =)
    Beijinhos

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    1. Olá Tita,
      Eu fiquei muito surpreendida com a escrita talentosa desta senhora é excelente. Não dei 5 estrelas por ser um livro de contos e nem todos me agradarem.Mas quero ler mais.
      Beijinhos e boas leituras.

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  2. Olá Carla
    Ainda bem que gostaste :) Fiquei com curiosidade.
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá Sara,
      Para mim foi uma boa surpresa a leitura de um livro desta escritora, quero ler outros.
      Beijinhos e boas leituras.

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  3. Olá Carla,
    Nunca li nada desta autora mas tenho uma colega que fala muito bem dos seus livros. Tenho mesmo que ler algo da Helena.
    Beijinhos

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    1. Olá,
      Adorei e quero ler mais de Helena Sacadura Cabral.
      Beijinhos e boas leituras.

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  4. Ois,

    Não sou muito adepto de contos embora já tenha lido vários livros mas vejo que adoraste a experiência e isso é o mais importante :D

    Bem estou um tempinho sem aqui vir e tens tantas mensagens novas, bolas :P

    Bjs

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    1. Olá Fiacha,
      Olha mas a escrita dela é excelente, fiquei rendida, agora quero muito ler um livro dela.
      Beijinhos e boas leituras.

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  5. Olá,
    Acredito que seja uma boa autora, mas penso que não seria bem o meu tipo de livro. :)
    Beijinhos.

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    1. Olá,
      Compreendo a tua ideia, mas experimenta um livro que não seja de contos ela escreve muito bem.
      Beijinhos e boas leituras.

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