A Princesa Que Acreditava em Contos de Fadas
de Marcia Grad
Edição/reimpressão: 2002
Páginas: 214
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722329002
Coleção: Revelações
Preço: 11,25 euros
Sinopse:
"Filha de um rei e de uma rainha intolerantes e severos, Vitória é uma princesa que sonha ser um dia libertada por um príncipe encantado, tal como nos contos de fadas. Porém, quando esse príncipe chega, nada acontece como ela havia sonhado. Seguindo os conselhos de um sábio, a princesa empreende uma emocionante viagem, no fim da qual descobre que os contos de fadas podem mesmo tornar-se realidade, embora nem sempre do modo como os idealizámos... Um livro inspirador e de autodescoberta que apela à reflexão sobre as fronteiras do sonho e da realidade, da infância e da maturidade... e sobre o milagre quotidiano que é a vida."retirado do site wook
UMA DAS PARTES QUE MAIS ME MARCOU DO LIVRO....
(...) -Há coisas que os olhos não podem completar- disse Doc.
-Que tipo de coisas? Coisas como desejar que os sonhos se tornem realidade?
-Se desejas tornar os sonhos realidade, porque é que todo o teu desejo não livrou o príncipe do mau feitiço?
-Como sabes disso?
-Disse-me um passarinho. Na realidade, disse-mo um bando dos teus amigos de penas. Vieram consultar-me quando paraste de cantar as tuas canções. Os seus corações estavam tão pesados que mal os deixavam voar.
- Sim, sei o que isso é...quer dizer, a parte do coração pesado- suspirou a princesa.- Se, ao menos, conseguisse descobrir uma maneira de livrar o príncipe do mau feitiço, então seria feliz e cantaria de novo com os pássaros e tudo estaria certo no mundo. Tens que me ajudar, Doc. Tentei de tudo. Nada resulta.
- É verdade, princesa. Nada resulta.
- Pensei que, certamente, saberias de algo. Algo em que eu não pensei.
- Eu realmente sei de algo. É nada.
-Nada?
- Sim, nada.
Vitória franziu a testa enquanto pensava no que Doc dissera.- Não fazer nada?
- Sim, princesa. Nada é algo que ainda não tentaste. Deves parar de fazer tudo e começar a não fazer nada. Não faças nada e não digas nada. Não dês explicações, não te defendas, não ponhas tudo em ordem, não peças, não te desculpes, não ameaces, não te preocupes, não fiques acordada de noite a pensar e planear e a refletir. Percebes a ideia?
- Não posso simplesmente fazer nada!
- Se não fizeres nada, estarás na verdade, a fazer algo- algo que ajudará o príncipe tirando-te do seu caminho.
-Isso não é muito bonito de dizer!- respodeu a princesa, indignadamente.- Como é que estou no caminho dele? Estou só a tentar ajudá-lo.
- Desculpa-me, princesa. Não tencionava ofender-te. Mas o príncipe está demasiado ocupado a ver o que está errado em ti para ver o que está errado nele. Se não fizeres nada, é mais provável que compreenda que ele está a fazer algo. (...)"
-Que tipo de coisas? Coisas como desejar que os sonhos se tornem realidade?
-Se desejas tornar os sonhos realidade, porque é que todo o teu desejo não livrou o príncipe do mau feitiço?
-Como sabes disso?
-Disse-me um passarinho. Na realidade, disse-mo um bando dos teus amigos de penas. Vieram consultar-me quando paraste de cantar as tuas canções. Os seus corações estavam tão pesados que mal os deixavam voar.
- Sim, sei o que isso é...quer dizer, a parte do coração pesado- suspirou a princesa.- Se, ao menos, conseguisse descobrir uma maneira de livrar o príncipe do mau feitiço, então seria feliz e cantaria de novo com os pássaros e tudo estaria certo no mundo. Tens que me ajudar, Doc. Tentei de tudo. Nada resulta.
- É verdade, princesa. Nada resulta.
- Pensei que, certamente, saberias de algo. Algo em que eu não pensei.
- Eu realmente sei de algo. É nada.
-Nada?
- Sim, nada.
Vitória franziu a testa enquanto pensava no que Doc dissera.- Não fazer nada?
- Sim, princesa. Nada é algo que ainda não tentaste. Deves parar de fazer tudo e começar a não fazer nada. Não faças nada e não digas nada. Não dês explicações, não te defendas, não ponhas tudo em ordem, não peças, não te desculpes, não ameaces, não te preocupes, não fiques acordada de noite a pensar e planear e a refletir. Percebes a ideia?
- Não posso simplesmente fazer nada!
- Se não fizeres nada, estarás na verdade, a fazer algo- algo que ajudará o príncipe tirando-te do seu caminho.
-Isso não é muito bonito de dizer!- respodeu a princesa, indignadamente.- Como é que estou no caminho dele? Estou só a tentar ajudá-lo.
- Desculpa-me, princesa. Não tencionava ofender-te. Mas o príncipe está demasiado ocupado a ver o que está errado em ti para ver o que está errado nele. Se não fizeres nada, é mais provável que compreenda que ele está a fazer algo. (...)"
Minha opinião:
Este livro é de uma beleza extrema mas para mim como pessoa é uma lição de vida, enquadrando-se desta forma nos livros de auto-ajuda.
Todas as mulheres sonham encontrar o seu príncipe e muitas encontram ou pensam que encontram, tal como a princesa do livro. Mas com o tempo o homem que era considerado o seu príncipe transforma-se no seu maior pesadelo. Numa pessoa inconstante, amargurada, bruta e fria, que só está bem a magoar aquela que nos momentos de lucidez ele diz amar e ser a sua maior amiga.
Com tantos casos que nos entram todos os dias pelas nossas casas de maus tratos de violência doméstica este livro fez-me reflectir bastante sobre o poder psicológico que uma outra pessoa pode exercer sobre nós e como nos devemos defender disso.
Uma viagem emocionante pelos tortuosos caminhos da vida, da qual destaco algumas passagens do Manuscrito Sagrado desta Princesa, que aprendeu que o direito ao respeito, é muitas vezes sobreposto pela necessidade de sermos amados e que permitir que os juízos dos outros, sejam mais importantes que os nossos próprios juízos, é abandonar o nosso poder.
Tal como o mar avança e recua, também nós avançamos e recuamos com a maré da vida (...) Nos braços da fraqueza está a força, ansiosa por se libertar. Na opressão da dor está o prazer, esperando apenas ser. E no caminho dos obstáculos está a oportunidade (...) A experiência nem sempre é a verdade, pois é colorida pelos olhos através dos quais é vista. É no silêncio da nossa mente que ouvimos a verdade (...) Cada novo momento é um banquete de possibilidades novas. (...) E tudo o que é, em breve será tudo o que foi.
Além do problema de Victoria em negar a si mesma, ela tinha um problema muito comum para as mulheres modernas: acreditar que o parceiro tem que ser perfeito e nos levar nas costas quando a vida trouxer dificuldades. Só que Victória descobre que seu principe encantado era tão problemático quanto ela, e em alguns aspectos muito frágil. Ela tentou ajudá-lo, mas ele sempre queria mais e exigia-lhe um amor quase servil.
Com a ajuda de Doc (a coruja), Willie e Dolly a princesa enfrenta o mar das emoções, a Terra da Ilusão e a Terra do É. Nessa viagem, Victória se liberta, aprende a amar a si mesma e prepara-se para uma maior aventura após entender a Verdade que perseguia:"Pois deve-se amar aos outros como a si mesmo, com gentileza e tolerância"
Uma leitura a não perder que existe em formato pdf, para quem não quiser adquirir o livro.Uma pequena lição de vida que recomendo vivamente.