Título original:"La Contadora de Películas"
Título em Portugal:"A Contadora de Filmes"
Autor: Hernan Rivera Letelier
1.ºEdição: Fevereiro 2011
Páginas: 88Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722344791
Colecção: Grandes Narrativas
Tradutora: Regina Louro
Sinopse:
"Quando María Margarita ganha aos quatro irmãos um concurso inventado pelo pai, inválido devido a um acidente, que consistia em saber quem contava melhor um filme depois de o ter visto, o que começa por ser um ritual familiar rapidamente acaba por se tornar um acontecimento em toda a povoação, à medida que os relatos da contadora de filmes ganham fama e um público cada vez maior os aguarda, impaciente. Através da história desta «fazedora de ilusões», Hernán Rivera Letelier capta a vida no deserto chileno nos tempos áureos do cinema, criando um romance encantador na simplicidade e contundência." (retirado da contracapa)
«Esta é a história de María Margarita, uma rapariga que revela um dom especial para narrar as histórias dos filmes a que assiste. Sempre que estreia um novo filme na cidade, toda a população contribui para pagar um bilhete de cinema a Margarita. Depois do filme, a jovem conta o que viu, de uma forma apaixonada, encarnando as personagens e transmitindo as imagens, a música e toda a emoção do cinema. É então que passa a ser conhecida como a Contadora de Filmes. Hernán Rivera Letelier foi o vencedor do prémio Alfaguara 2010, com a obra El Arte de la Ressurección, um dos mais prestigiados galardões literários de língua castelhana. No Chile, o seu país de origem, é um dos escritores com maior êxito.» (retirado do site wook)Excerto:
«Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos.»
SHAKESPEARE
«Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os filmes»
HADA DELCIA ( menina que contava filmes)
«Como lá em casa o dinheiro andava a cavalo e nós a pé, quando chegava à Mina algum filme que o meu pai - só pelo nome do actor ou da actriz principal - achava que era bom, juntavam-se as moedas uma a uma, à justa para o bilhete, e mandavam-me ir vê-lo. Depois, à vinda do cinema, eu tinha de o contar à família reunida em pleno na divisão do living» (Retirado da contracapa)«Por essa altura, descobri que toda a gente gosta que lhe contem histórias. As pessoas querem sair por um momento da realidade e viver os mundos de ficção dos filmes, dos folhetins de radiofónicos, dos romances. Até gostam que lhes contem mentiras, se as mentiras forem bem contadas. Daí o êxito dos vigaristas hábeis no falar." (retirado da página 63 deste livro)
Retirado do site wook |
Sobre o autor, Hernán Rivera Letelier:
Hernán Rivera Letelier nasceu no Chile em 1950. Catapultado para a fama com o romance A Rainha Isabel Cantava Rancheras, é autor de diversos romances multipremiados que se encontram publicados em vários países. Em 2001 foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras pelo Ministério da Cultura de França.
Outras Obras literárias:
"A Rainha Isabel Cantava Rancheras" (publicado em Portugal pela editora Livros Quetzal , "Malarrossa" (não publicado em Portugal) e "A Arte da Ressurreição" (publicado em Portugal pela editora objectiva).
Minha Opinião:
Este é daqueles livros que li e me entrou pelas entranhas, se é que me faço entender. É uma obra literária uma verdadeira obra. A simplicidade com que é relatada toda a história de María Margarita é magnífica.
Existem livros que com 500 páginas não me tocam como este me tocou. As emoções estão relatadas neste livro de uma forma única e sublime.
Esta é a história de uma menina que foi "forçada" a crescer, num mundo em que a imagem era a sua maior amiga. María ia ao cinema, com os poucos tostões que a família podia poupar, e quando regressava a casa cumpria o ritual, beber um chã e depois ir para o chamado living contar, teatralizar e vivênciar tudo aquilo que tinha visto no cinema.
No seio de uma família extremamente pobre María rapidamente tornou-se a fonte de sustento para um pai acamado e alcoólico e para os seus quatro irmãos. Com o passar do tempo María não só contava os filmes em sua casa como também ia contar à casa de quem a quisesse ouvir. Foi assim que María acabou por ir parar à casa de um homem que não queria só a inocência das histórias da contadora de filmes mas queria a mais pura das inocências de uma criança de 12 anos. A vida de María muda por diversas vezes, quando a sua mãe abandona o pai e os filhos, quando se torna a contadora de filmes, quando é violada, quando o pai morre, quando o seu irmão é preso por ter morto um violador, quando o seu outro irmão foge com uma viúva, quando o seu terceiro irmão morre e quando ela deixa de ser contadora de filmes e passa a trabalhar e é a amante assumida de um homem quarenta anos mais velho, que era o dono da casa onde ela vivia e que ela suspeitava ter sido amante da sua mãe. Mas a maior de todas as mudanças a mais profunda é a chegada da televisão.
Uma história contada de uma forma simples e bela. Gostei muito.
Boa leitura;)