Alma Rebelde
de Carla M. Soares
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 288
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04337-5
Idioma: Português
Preço:12,96 euros
Comecei a ler:28-05-2015
Terminei de ler:29-05-2015
Sinopse:
«No calor das febres que incendeiam a Lisboa do século XIX, Joana, uma burguesa jovem e demasiado inteligente para o seu próprio bem, vê o destino traçado num trato comercial entre o pai e o patriarca de uma família nobre e sem meios.
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?» retirado do site wook
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?» retirado do site wook
Minha opinião:
Mais uma revelação feita este ano de uma escritora brilhante que entra directamente para o rol de escritoras a seguir, felizmente esta é a primeira escritora portuguesa a entrar para essa listinha das descobertas de 2015. Carla M. Soares será sem dúvida uma escritora que vou seguir as suas leituras.
Mais uma revelação feita este ano de uma escritora brilhante que entra directamente para o rol de escritoras a seguir, felizmente esta é a primeira escritora portuguesa a entrar para essa listinha das descobertas de 2015. Carla M. Soares será sem dúvida uma escritora que vou seguir as suas leituras.
Uma das primeiras questões que se me colocou quando estava ainda a meio do livro, foi o que levou a escritora Carla M. Soares a definir este livro como um romance de época e não um romance histórico. Para mim muito honestamente era a mesma coisa. Depois de muito pesquisar, decidi ir ao blogue da escritora monster blues e perguntar a ela a distinção. Muito honestamente não contava em obter resposta, mas Carla M. Soares é uma pessoa super acessível e bastante simpática, pois respondeu-me logo no dia e de uma forma e bastante simples de modo a que eu ficasse logo esclarecida do porquê de «Alma Rebelde» ser um romance de época.
A nossa troca de comentários foi a seguinte:
Eu:
«Estou a acabar de ler pela primeira vez um livro teu "Alma Rebelde" e estou a adorar, comecei ontem e devo acabar hoje.
Só gostava se possível que me explicasses uma coisa, pois tenho pesquisado e não encontro nada sobre isso. Qual a diferença entre um romance de época e um romance histórico?
É que depois de ler o livro vou fazer a minha opinião e gostava de referir isso lá mas sem eu saber não posso desenvolver esse facto.
O que eu pensei foi que o romance de época se passa num determinado período de tempo, mas tenho romances históricos como os da Philippa Gregory que também se passam num período de tempo específico e são considerados romances históricos.
Será uma questão de português e somente isso ou existe realmente uma distinção?
Fico ansiosamente a aguardar a tua resposta.»
Carla M. Soares:
«Na verdade, há quem não distinga romance de época de histórico, mas eu faço essa distinção.
Para mim, o romance histórico foca-se mais na narração e um facto ou de uma época histórica, que é central. Tem em geral uma presença muito forte de figuras conhecidas da História, ou como acontecimentos centrais certos eventos históricos reais.
O romance de época, para mim, insere-se noutra época história e segue-lhe os preceitos, "sente-se" a época (nos detalhes, nos costumes, etc), mas não está centrado na História... pretende antes narrar uma história de personagens comuns, desconhecidas, inventadas, noutra época. Como tal, a presença das figuras e acontecimentos conhecidos não é central, pode ser até apenas uma referência.
Não sei se fui clara, nem se a distinção é pertinente, até porque há quem apelide os meus livros de históricos... mas enfim, eu não. :D»
A nossa troca de comentários foi a seguinte:
Eu:
«Estou a acabar de ler pela primeira vez um livro teu "Alma Rebelde" e estou a adorar, comecei ontem e devo acabar hoje.
Só gostava se possível que me explicasses uma coisa, pois tenho pesquisado e não encontro nada sobre isso. Qual a diferença entre um romance de época e um romance histórico?
É que depois de ler o livro vou fazer a minha opinião e gostava de referir isso lá mas sem eu saber não posso desenvolver esse facto.
O que eu pensei foi que o romance de época se passa num determinado período de tempo, mas tenho romances históricos como os da Philippa Gregory que também se passam num período de tempo específico e são considerados romances históricos.
Será uma questão de português e somente isso ou existe realmente uma distinção?
Fico ansiosamente a aguardar a tua resposta.»
Carla M. Soares:
«Na verdade, há quem não distinga romance de época de histórico, mas eu faço essa distinção.
Para mim, o romance histórico foca-se mais na narração e um facto ou de uma época histórica, que é central. Tem em geral uma presença muito forte de figuras conhecidas da História, ou como acontecimentos centrais certos eventos históricos reais.
O romance de época, para mim, insere-se noutra época história e segue-lhe os preceitos, "sente-se" a época (nos detalhes, nos costumes, etc), mas não está centrado na História... pretende antes narrar uma história de personagens comuns, desconhecidas, inventadas, noutra época. Como tal, a presença das figuras e acontecimentos conhecidos não é central, pode ser até apenas uma referência.
Não sei se fui clara, nem se a distinção é pertinente, até porque há quem apelide os meus livros de históricos... mas enfim, eu não. :D»
Agora sim já tudo faz mais sentido na minha cabeça, e realmente «Alma Rebelde» é um romance de época.
Posta esta questão de parte vamos ao livro propriamente dito. Mas que livro maravilhoso, adorei a forma de escrita de Carla M. Soares, adorei as personagens, o enredo... bom amei o livro. Graças a Deus que existem bons escritores portugueses.
A história decorre no ano de 1857, pleno século XIX, a capital de Portugal estava invadida pela febre que tendia a espalhar-se pelo pais. As pessoas tinham medo de sair à rua e as que podiam deslocavam-se para o interior para evitar que a febre leva-se os seus.
Nesta altura os casamentos eram arranjados pelas famílias dos noivos, sem o consentimento dos mesmos, era um jogo de interesses, trocas de dinheiro e de títulos. Logo a ideia de uma rapariga casar por amor, na classe alta, era quase que impossível. Os de classes inferiores esses tinham a felicidade de se poderem casar por amor.
Joana, uma das personagens principais do livro, nasceu no seio de uma família de classe alta, eram ricos os seus pais, e o seu casamento foi um casamento feito. Ela deixou a sua família na companhia da sua ama, Rosário, que era como uma mãe para ela, e foi a caminho da casa do seu noivo. Esta foi uma viagem muito tortuosa que durou muitos dias e nem sempre deu para ficarem alojadas em casas em hospedarias, tiveram de passar duas noites na carruagem.
Após todo este "sofrimento" da viagem, que de belo só tinha a paisagem. Pois a própria Joana estava constantemente a torturar-se com o eventual noivo que a esperava, e imaginava conversas, imagens da fisionomia do noivo, sofria pela sua vida, pela sua má sorte de casar com um homem que certamente a ia ignorar na melhor das sortes e na pior até lhe podia bater.
Joana e a sua ama chegam a Pero da Moça, onde a espera a sua sogra D. Ana, o seu noivo não a espera, o que é uma desilusão para Joana e a atira novamente para os seus pensamentos melodramáticos.
Contudo, Joana e D. Ana começam a conhecer-se e gostam muito uma da outra, a noiva fica deveras feliz por ter uma sogra tão meiga, que a tenta colocar tão à vontade. Joana também adora a casa e o quarto que lhe arranjaram, todos a tratam muito bem, os criados tratam Joana como se ela já fosse a senhora da casa, o que faz com ela se sinta como se tivesse na sua casa. Mas está constantemente a martirizar-se e lembrar-se que ali nada é dela, ela está ali só para servir o seu futuro marido Santiago. Que tem de ser a Joana educada e não a Joana desbocada que por vezes é. Tem de ter cuidado com tudo o que diz e com tudo o que faz e isso tira-lhe o sono e angustia-a ainda mais pelo facto de não saber como é seu noivo. Pois se este for como o seu sogro D. Miguel será um homem em nada interessante e terá aquele horrível bigode tal como D. Pedro e muitos homens o tinham era moda.
Apesar de todas as pessoas lhe dizerem o melhor sobre Santiago, até uma muito velha criada, de seu nome Brites, dizer que conhecia D. Miguel pai de Santiago desde pequeno e que este último era bom ao contrário de seu pai. Todos gostavam de Santiago e D. Ana amava profundamente o seu filho e dizia a Joana que ela teria melhor sorte que a sua.
Joana conhece Santiago e este não é nada do que ela tinha imaginado. O seu noivo é um jovem de bem com a vida, alegre e sonhador, que tal como Joana também sente que foi usado pelo seu pai, D. Miguel, como uma moeda de troca. No fundo Santiago tem a plena noção que tanto ele como Joana serviram para os seus pais fazerem negócio.
Contudo, Santiago é um optimista por natureza e decide encarar o futuro da mesma forma e cativar a atenção de Joana, dado que esta lhe agradou imenso logo no primeiro vislumbre. Santiago é incansável e faz investidas na sua noiva de tal forma que o amor acaba por ir surgindo inesperadamente dos dois lados.
No entanto, Santiago é impulsivo e tem um temperamento forte, o que vai por um lado despertar novas sensações a Joana, boas sensações; mas no início lhe causam uma certa incerteza em relação ao seu noivo. Joana com o tempo decide entregar-se aos poucos ao prazer que Santiago lhe dá, o prazer de viver de uma forma optimista e assim recupera a sua fé no futuro e num casamento com amor.
Este não é o típico romance época sensual, muito pelo contrário é um romance de época cheio de ternura, carinho e muito amoroso. Cheio de verdade e de uma forte amizade mas acima de tudo ensina-nos a ter esperança em nós e nos outros e no amor.
Gostei muito das personagens secundárias como D. Ana, uma boa mulher a quem a sorte não lhe bateu à porta com o seu casamento com D. Miguel. Adorei as cartas que Ester troca com Joana, e tudo que ela conta a sua prima, desde o desamor do seu velho marido, ao amor pelos seus filhos e sua preocupação com a febre. E a espera que ela tem de se livrar do marido cruel, que é tão mau que nem a febre o leva. Será que Ester vai alguma vez saber o que é o amor?
E o casal principal Santiago e Joana conseguiram eles realmente serem felizes?
Pois muitas coisas vão acontecer e apesar da minha opinião ser longa não opinei sobre o final nem de perto nem de longe ;)
Este livro é lindo e tem um final deslumbrante.
Contudo reflecti como seria ter vivido naquela época, com casamentos feitos pelos pais, a submissão da mulher para com o seu marido, como se lê nas cartas de Ester a Joana. Devem ter sido períodos horrendos, mas pior ainda é saber que em pleno século XXI ainda existem tradições e que são os pais que escolhem o noivo para a filha, nossa senhora até me arrepio.
Adorei o livro, adorei a escrita de Carla M. Soares, aconselho vivamente a sua leitura, é um romance extraordinário.
Já tenho cá em casa um outro livro desta brilhante escritora "O Cavalheiro Inglês", que será lido logo que a minha mente me puxar para lá, mas agora com a certeza que será um excelente livro.
Gostava de deixar aqui os meus parabéns aos escritores portugueses, em particular a Carla M. Soares, e um muito obrigado pela sua gentileza de me retirar a minha dúvida.
Leiam não se vão arrepender é um livro excelente.
Posta esta questão de parte vamos ao livro propriamente dito. Mas que livro maravilhoso, adorei a forma de escrita de Carla M. Soares, adorei as personagens, o enredo... bom amei o livro. Graças a Deus que existem bons escritores portugueses.
A história decorre no ano de 1857, pleno século XIX, a capital de Portugal estava invadida pela febre que tendia a espalhar-se pelo pais. As pessoas tinham medo de sair à rua e as que podiam deslocavam-se para o interior para evitar que a febre leva-se os seus.
Nesta altura os casamentos eram arranjados pelas famílias dos noivos, sem o consentimento dos mesmos, era um jogo de interesses, trocas de dinheiro e de títulos. Logo a ideia de uma rapariga casar por amor, na classe alta, era quase que impossível. Os de classes inferiores esses tinham a felicidade de se poderem casar por amor.
Joana, uma das personagens principais do livro, nasceu no seio de uma família de classe alta, eram ricos os seus pais, e o seu casamento foi um casamento feito. Ela deixou a sua família na companhia da sua ama, Rosário, que era como uma mãe para ela, e foi a caminho da casa do seu noivo. Esta foi uma viagem muito tortuosa que durou muitos dias e nem sempre deu para ficarem alojadas em casas em hospedarias, tiveram de passar duas noites na carruagem.
Após todo este "sofrimento" da viagem, que de belo só tinha a paisagem. Pois a própria Joana estava constantemente a torturar-se com o eventual noivo que a esperava, e imaginava conversas, imagens da fisionomia do noivo, sofria pela sua vida, pela sua má sorte de casar com um homem que certamente a ia ignorar na melhor das sortes e na pior até lhe podia bater.
Joana e a sua ama chegam a Pero da Moça, onde a espera a sua sogra D. Ana, o seu noivo não a espera, o que é uma desilusão para Joana e a atira novamente para os seus pensamentos melodramáticos.
Contudo, Joana e D. Ana começam a conhecer-se e gostam muito uma da outra, a noiva fica deveras feliz por ter uma sogra tão meiga, que a tenta colocar tão à vontade. Joana também adora a casa e o quarto que lhe arranjaram, todos a tratam muito bem, os criados tratam Joana como se ela já fosse a senhora da casa, o que faz com ela se sinta como se tivesse na sua casa. Mas está constantemente a martirizar-se e lembrar-se que ali nada é dela, ela está ali só para servir o seu futuro marido Santiago. Que tem de ser a Joana educada e não a Joana desbocada que por vezes é. Tem de ter cuidado com tudo o que diz e com tudo o que faz e isso tira-lhe o sono e angustia-a ainda mais pelo facto de não saber como é seu noivo. Pois se este for como o seu sogro D. Miguel será um homem em nada interessante e terá aquele horrível bigode tal como D. Pedro e muitos homens o tinham era moda.
Apesar de todas as pessoas lhe dizerem o melhor sobre Santiago, até uma muito velha criada, de seu nome Brites, dizer que conhecia D. Miguel pai de Santiago desde pequeno e que este último era bom ao contrário de seu pai. Todos gostavam de Santiago e D. Ana amava profundamente o seu filho e dizia a Joana que ela teria melhor sorte que a sua.
Joana conhece Santiago e este não é nada do que ela tinha imaginado. O seu noivo é um jovem de bem com a vida, alegre e sonhador, que tal como Joana também sente que foi usado pelo seu pai, D. Miguel, como uma moeda de troca. No fundo Santiago tem a plena noção que tanto ele como Joana serviram para os seus pais fazerem negócio.
Contudo, Santiago é um optimista por natureza e decide encarar o futuro da mesma forma e cativar a atenção de Joana, dado que esta lhe agradou imenso logo no primeiro vislumbre. Santiago é incansável e faz investidas na sua noiva de tal forma que o amor acaba por ir surgindo inesperadamente dos dois lados.
No entanto, Santiago é impulsivo e tem um temperamento forte, o que vai por um lado despertar novas sensações a Joana, boas sensações; mas no início lhe causam uma certa incerteza em relação ao seu noivo. Joana com o tempo decide entregar-se aos poucos ao prazer que Santiago lhe dá, o prazer de viver de uma forma optimista e assim recupera a sua fé no futuro e num casamento com amor.
Este não é o típico romance época sensual, muito pelo contrário é um romance de época cheio de ternura, carinho e muito amoroso. Cheio de verdade e de uma forte amizade mas acima de tudo ensina-nos a ter esperança em nós e nos outros e no amor.
Gostei muito dos pormenores das cartas
profundas que transmitiam as preocupações da época, a linguagem própria patente
nas mesmas, os receios do casamento combinado, os detalhes históricos (ex.:
casamento de D. Pedro com D. Estefânia, as febres que atormentavam Lisboa), a
forma como o próprio romance entre os noivos se foi desenvolvendo, entre
avanços e recuos apaixonantes...
Gostei muito das personagens secundárias como D. Ana, uma boa mulher a quem a sorte não lhe bateu à porta com o seu casamento com D. Miguel. Adorei as cartas que Ester troca com Joana, e tudo que ela conta a sua prima, desde o desamor do seu velho marido, ao amor pelos seus filhos e sua preocupação com a febre. E a espera que ela tem de se livrar do marido cruel, que é tão mau que nem a febre o leva. Será que Ester vai alguma vez saber o que é o amor?
E o casal principal Santiago e Joana conseguiram eles realmente serem felizes?
Pois muitas coisas vão acontecer e apesar da minha opinião ser longa não opinei sobre o final nem de perto nem de longe ;)
Este livro é lindo e tem um final deslumbrante.
Contudo reflecti como seria ter vivido naquela época, com casamentos feitos pelos pais, a submissão da mulher para com o seu marido, como se lê nas cartas de Ester a Joana. Devem ter sido períodos horrendos, mas pior ainda é saber que em pleno século XXI ainda existem tradições e que são os pais que escolhem o noivo para a filha, nossa senhora até me arrepio.
Adorei o livro, adorei a escrita de Carla M. Soares, aconselho vivamente a sua leitura, é um romance extraordinário.
Já tenho cá em casa um outro livro desta brilhante escritora "O Cavalheiro Inglês", que será lido logo que a minha mente me puxar para lá, mas agora com a certeza que será um excelente livro.
Gostava de deixar aqui os meus parabéns aos escritores portugueses, em particular a Carla M. Soares, e um muito obrigado pela sua gentileza de me retirar a minha dúvida.
Leiam não se vão arrepender é um livro excelente.
Excertos:
«Estava a horas de distância de Lisboa, mas não havia distância para a memória...a não ser a do tempo. Essa talvez lhe trouxesse o esquecimento das coisas que amava. Esperava que sim. Ou que não, sabia lá.» pág.11
«Tinha saudades do seu quarto, forrado a papel florido e tecidos de cores suaves, vindos de França por insistência da mãe. Do seu piano, da biblioteca cheia de livros que só ela lia.» pág.11
«Para onde vamos?, pensava, enquanto avançavam. Para o fim do mundo? Vou viver o resto da minha vida isolada como uma freira?» pág.45
«Nunca fui dada a superstições ou crendices. Creio em Deus, evidentemente, pois o Senhor há de guiar-me nas horas de escuridão, mas não em milagres ou premonições. Creio que, se fosse um homem, seria um homem das ciências. Gostaria de sair pelo mundo a explorar o desconhecido. Quis o azar que nascesse mulher...enfim, isso não faz de mim uma tonta, por muito que meu pai, meu sogro e o meu futuro esposo me tomem como tal...ah, que importa? O que penso pouco interessa, desde que esteja quieta. Seja. Ainda assim, a verdade é que nunca acreditei em sonhos-e sempre os tive.» pág. 47/48
«Joana, tão inteligente, por vezes demasiado madura...por vezes demasiado irreverente... Ah, outras vezes era a sua Joaninha, a mesma que em menina lhe pedia para afastar as bruxas, varrendo-as para fora da sua porta...» pág.74
«Estava a horas de distância de Lisboa, mas não havia distância para a memória...a não ser a do tempo. Essa talvez lhe trouxesse o esquecimento das coisas que amava. Esperava que sim. Ou que não, sabia lá.» pág.11
«Tinha saudades do seu quarto, forrado a papel florido e tecidos de cores suaves, vindos de França por insistência da mãe. Do seu piano, da biblioteca cheia de livros que só ela lia.» pág.11
«Para onde vamos?, pensava, enquanto avançavam. Para o fim do mundo? Vou viver o resto da minha vida isolada como uma freira?» pág.45
«Nunca fui dada a superstições ou crendices. Creio em Deus, evidentemente, pois o Senhor há de guiar-me nas horas de escuridão, mas não em milagres ou premonições. Creio que, se fosse um homem, seria um homem das ciências. Gostaria de sair pelo mundo a explorar o desconhecido. Quis o azar que nascesse mulher...enfim, isso não faz de mim uma tonta, por muito que meu pai, meu sogro e o meu futuro esposo me tomem como tal...ah, que importa? O que penso pouco interessa, desde que esteja quieta. Seja. Ainda assim, a verdade é que nunca acreditei em sonhos-e sempre os tive.» pág. 47/48
«Joana, tão inteligente, por vezes demasiado madura...por vezes demasiado irreverente... Ah, outras vezes era a sua Joaninha, a mesma que em menina lhe pedia para afastar as bruxas, varrendo-as para fora da sua porta...» pág.74
Boas leituras!