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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

57 # Opinião | "Laranja de Sangue" de Harriet Tyce

 

Sinopse:

«Só mais uma noite. Depois acabo com isto.»
A vida de Alison parece perfeita. Tem um marido dedicado, uma filha adorável, uma carreira em ascensão como advogada e acaba de lhe ser atribuído o primeiro caso de homicídio. Só que Alison bebe. Demasiado. E tem vindo a negligenciar a família. Além de que esconde um caso amoroso quase obsessivo com um colega que gosta de ultrapassar os limites.

«Eu fi-lo. Matei-o. Devia estar presa.»
A cliente de Alison não nega ter esfaqueado o marido e quer declarar-se culpada. No entanto, há algo na sua história que não parece fazer sentido. Salvar esta mulher pode ser o primeiro passo para Alison se salvar a si própria.

«Estou de olho em ti. Sei o que andas a fazer.»
Mas alguém conhece os segredos de Alison. Alguém quer fazê-la pagar pelo que fez. E não irá parar até ela perder tudo o que tem.

Um thriller envolvente, com um final absolutamente inesperado e chocante, protagonizado por uma personagem muito empática.

Opinião:

Mais uma agradável leitura realizada neste verão tão atípico.

Um enredo interessante, contudo ao contrário do que diz na capa não acho que seja um thriller, nem de perto nem de longe. Temos quatro personagens principais a Alison, a Madeleine, o Carl e o Patrick. O enredo ocorre a partir da vida de Alison, advogada, que está casada e tem uma filha com o Carl. O seu casamento já deu o que tinha para dar, Carl critica tudo o que Alison faz, ela não é de todo o retrato de uma mãe perfeita, mas ao longo do livro dá para perceber que apesar disso ela esforça-se muito e tenta dar mais atenção à filha. Alison mantém uma relação extraconjugal com Patrick, solicitador com quem costuma trabalhar em diversos casos, esta relação também não é propriamente a melhor. Madeleine, é acusada de homicídio e a Alison e Patrick estão a trabalhar, nele. Madeleine é acusada por ter matado o marido  com 15 facadas. Contudo, nem tudo o que parece é, será que foi ela que o matou ou estará a proteger alguém? Outra questão que fui levada a colocar ao longo desta leitura foi: Será Carl assim tão correto como quer parecer? Alison bebe muito, não se sente bem ao lado do marido, acha que é uma má mãe e uma péssima esposa, será  que a culpa é só de um lado?


Gostei da leitura, mas tenho noção que podia ser bem melhor, gostava de ter alguns pontos mais explicados.

Classificação de 4**** no Goodreads.

Excelentes leituras!

sábado, 15 de agosto de 2020

56 # Opinião | "Meu amor, meu segredo" de Julie Cohen

 

Sinopse:

"Robbie e Emily estão juntos desde sempre, mas o seu amor permanece vivo e forte. Ao longo da vida, têm partilhado a cama, a casa e uma ligação tão profunda que parece indestrutível. Mas há coisas que eles não partilham com ninguém, para bem de todos.

Numa manhã como qualquer outra, Robbie acorda, veste-se, escreve uma carta a Emily e sai de casa. Para sempre. Há um segredo que ambos guardam desde o dia em que se conheceram. Os sacrifícios e as escolhas que fizeram ao longo da vida podem agora ser expostos perante todos e esta é a única maneira de os preservar." wook

Opinião:
Um livro que dentro do género romance está muito bem estruturado e conseguido. Uma das coisas que gostei foi o facto da história ser contada da frente para trás. Aos poucos fui descobrindo os segredos deste casal e ficando cada vez mais apaixonada por eles. No final quando já pensava ter desvendado todos os segredos surge o mais cabeludo de todos. 
Um livro  bom que me fez descansar dos livros menos leves que tenho lido ultimamente.
Classificação de 4 estrelas no Goodreads.
Excelentes leituras!

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

55 # Opinião | "Margarida Espantada" de Rodrigo Guedes de Carvalho

 

Sinopse:

Margarida Espantada é sobre família. Sobre irmãos. É sobre violência doméstica e doença mental. É um efeito dominó sobre a dor. A literatura é um jogo do avesso. Os bons romances são sempre sobre amor, e os melhores são os que fingem que não são. Não devemos recear livros duros. As histórias que mais nos prendem trazem uma catarse que nos carrega as mágoas, personagens que apresentam as suas semelhanças connosco. Gosto da ficção que é número arriscado de circo, com fogo e espadas, que nos faz chegar muito perto da queimadura que não vamos realmente sentir. Mas reconhecemos. 

"Que a vida dá muitas voltas todos sabemos e por vezes dizemo-lo em voz alta, o que não impede que vivamos esquecidos disso a maior parte do tempo."

Opinião:

Mas que livro que escritor e que escrita maravilhosa. Este livro foi a minha incursão na escrita de Rodrigo Guedes de Carvalho, e foi excelente. Quero sem sombra de dúvida ler mais deste jornalista e escritor, não só a sua escrita me impressionou mas o enredo desta história está muito bem estruturado. As personagens estão muito bem construídas, todos os pequenos pormenores que as caracterizam fazem com que no final não fiquem pontas soltas. Um livro maravilhosamente bruto, porque trata de temas duros  da vida de todos os dias.

A família Duval, pai Carlos Duval, mãe Maria do Carmo Duval, filho mais velho António Carlos Duval, seguido de, Manuel Afonso Duval e Margarida Rosa Duval...todos com um ano de distancia e após dez anos temos Joana Ofélia Duval. Todos eles vítimas de um ambiente familiar tenso e doentio, porquê? Violência Doméstica o que obviamente acarreta muito desamor à mistura com muito álcool. Uma família de Sintra com muito dinheiro, mas que neste caso não fez ninguém feliz. Este livro retrata muito bem os maus tratos no ambiente familiar e os problemas do foro psiquiátrico, saúde mental, como o autor relata na sinopse. Todos os filhos saem de casa quando começam a ter o seu sustento, por mais modesto que seja. António foi o primeiro, saiu de casa e fez o favor de seguir a carreira de ator, e que ator este em que na primeira peça é a nuo total. Vendo que com o nome Carlos Duval consegue que o pai se sinta envergonhado é assim que passa a ser conhecido nos meandros do teatro, onde se destaca com a sua loucura e profissionalismo. Na vida afetiva António Carlos é de muitas e quando decide ser de uma acaba por representar na sua casa o que via na dele...violência física e psicológica.        Manuel Afonso é um armário de músculos, fruto de uma adolescência obesa. Casa e vai morar perto de lisboa, ao fim de muito tempo de casamento consegue dar o primeiro neto aos avós Duval, mas esta criança vai ser a continuação e o fim de uma loucura.          Margarida Rosa, em criança pensavam ser uma tonta e inadaptada, tinha amiga secreta a Maria...mas ninguém a via, o pai tinha vergonha dos seus desenhos. Quando Margarida tem 10 anos nasce ao acaso mais uma menina a Joana Ofélia, nome estranho para a mesma, mas que com o tempo se habituou...Margarida achava que era a sua "mãe" e com o tempo a passar foi "sufocando" Joana Ofélia que acabou por tirar o curso de psicologia para tentar entender a cabeça da sua irmã. Margarida dedicou-se à fotografia e era muito boa no que fazia, mas incompleta...vivia num mundo com muitos comprimidos e álcool à mistura, mesmo que só de quando em vez, este coquetel acabava com a lucidez da Margarida.                        Após anos de violência, Carlos e Maria do Carmo decidem viajar para Angola, numa estranha paz aparente ou não... é aqui que a primeira peça do dominó cai...morrem de acidente de aviação, lugar errado na hora errada, piloto suicida. Depois dos quatro filhos receberem esta noticia tudo começa a acontecer na família Duval.

Um livro maravilhoso, com uma escrita soberba que li em um dia. Já tinha saudades de ler um escritor português assim. Em 288 páginas Rodrigo Guedes de Carvalho, tem mais sumo do que muitos livros de 500 páginas. Adorei tudo e tenho aqui na estante para ler em breve "Jogos de raiva".  

 Classificação de 5 estrelas no Goodreads.

Excelentes leituras!

 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

54 # Opinião | "Menina Boa Menina Má" de Ali Land

 

Sinopse:

Quando Annie, 15 anos, entrega a sua mãe à polícia espera um novo começo de vida — mas será que podemos realmente escapar ao nosso passado? A mãe de Annie é uma assassina em série. Annie ama a sua mãe, mas a única maneira que tem de a fazer parar é entregá-la à polícia. Com uma nova família de acolhimento e um novo nome — Milly —, espera um novo começo. Agora pode ser quem quer. Mas, com o julgamento da mãe à porta, os segredos do passado de Milly não vão deixá-la dormir… Quando a tensão sobe, Milly vai ter de decidir: será uma menina boa? Ou uma menina má? Porque a mãe de Milly é uma assassina em série. E ela é sangue do seu sangue.

Opinião:

Mas que leitura foi esta? Foi uma loucura.

Este livro é o melhor livro do género thriller psicológico que li até hoje, disto eu não tenho a menor dúvida.

A narradora da história é a Annie que depois muda de nome, por uma questão de segurança, proteção de testemunha, para Milly. Annie é uma adolescente que é filha de uma mãe serial killer, o que já por si é quase contra natura. Isto porque, a percentagem de mulheres/mães serial killers é extremamente baixa. Este facto levou-me também a refletir sobre a mãe de Annie, o que a terá tornado nesta pessoa com estes comportamentos tão horrendos? Annie é mal tratada pela sua mãe, física e psicologicamente e foi também obrigada a assistir aos 9 assassinatos que a sua mãe comete, quase todos a rapazes entre os quatro e seis anos. O último menino que Annie teve de assistir ao seu sofrimento era seu amigo e terá sido este facto que fez com que ela se dirigir-se  à polícia para denunciar a sua mãe.

Após ser retirada de casa, ela muda de nome e vai para uma família de acolhimento que vive numa zona diferente e afastada da sua. Todas estas mudanças, de nome, de família, de escola, num sítio onde não conhece ninguém criam ainda mais ansiedade na Annie, agora Milly.

Este é um livro que me deixou a refletir bastante sobre o que leva a uma pessoa ser considerada como má ou boa. Todos temos tanto de bom como de mau dentro de nós, agora tal como refere no livro, somos livres de alimentar o lado bom ou o lado mau. Mas será que todos nós podemos realizar essa escolha  de forma esporádica? Não são os acontecimentos do nosso dia a dia que vão alimentando o lado bom e o lado mau, mesmo sem dar-mos conta disso?

Esta não foi de modo algum uma leitura fácil, tive que parar várias vezes pois  tem camuflado, nas entre linhas, as atrocidades que aquela mãe fez aquelas crianças. Por outro lado, temos o sofrimento daquela filha que tem de assistir a tudo, como se fosse um aprendizado que a mãe lhe oferece.

Em relação à família de acolhimento temos o Mike, que também é o psicólogo da Milly, a sua esposa e a sua filha que anda na mesma escola de Milly. Phoebe a filha do casal tem também ela as suas inseguranças, isto porque, viu durante anos os pais a acolher crianças  e ela acaba sempre por ficar em segundo plano. Até que ponto esta família de acolhimento não é também disfuncional?

Aconselho a leitura refletida deste livro.

Classificação de 5 estrelas no Goodreads.

Excelentes leituras!

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

53 # Opinião | "Sempre tu" de Colleen Hoover

 

Sinopse:
"Morgan e a sua filha adolescente, Clara, parecem não ter nada em comum. Depois de ter engravidado e casado quando era muito jovem, Morgan viu-se obrigada a adiar os seus sonhos, e está determinada a não deixar que a filha cometa os mesmos erros. Clara não quer seguir os passos da mãe, que considera demasiado previsível, e é na sua tia Jenny que encontra uma confidente. Quando Chris, marido de Morgan e pai de Clara, sofre um trágico e inexplicável acidente, o equilíbrio precário entre mãe e filha é quebrado e as consequências parecem alastrar-se às pessoas que as rodeiam. Enquanto tentam reconstruir as suas vidas, Morgan encontra conforto num amigo do passado e Clara aproxima-se de Miller, uma companhia que a sua família não aprova. À medida que novos segredos e mal-entendidos surgem entre mãe e filha, ambas terão de lutar por uma reconciliação, antes que as suas diferenças e ressentimentos consigam afastá-las de modo irremediável." goodreads

Opinião:

"Sempre tu" é o mais recente livro lançado em portugal de uma das minhas escritoras favoritas, Colleen Hoover. Depois de ter lido "Verity", estava a contar com um livro mais virado para o género de suspense, talvez por este facto me tenha prendido ao livro e reparado em todos os seus pormenores e ao fim de menos de 100 páginas já imaginava saber a história toda, infelizmente, assim aconteceu. Contudo, a escrita de Colleen prende-me e mesmo sabendo o que ia acontecer o livro agarrou-me e queria sempre ler mais um capítulo após outro.

Um aspecto que gosto muito é o livro ser contado a duas vozes: Morgan e Clara. Após a morte trágica do marido de Morgan e pai da Clara, Chris e da tia de Clara e irmã de Morgan, muitas verdades, ou melhor dizendo, mentiras vão sendo descobertas por Morgan e Jonah, este último é o atual companheiro da irmã de Morgan, da qual tem um lindo filhote. Mas nem tudo o que parece é...  Chris está no mo carro de Jenny quando ocorre o acidente e os dois morrem, Jenny tinha pedido a Morgan que ficasse com o seu filho pois ia começar a trabalhar nesse dia, mas nunca chegou a apresentar-se no hospital. O carro de Chris está estacionado num hotel e o mais doloroso é a descoberta de que Chris e Jenny tinham um quarto alugado, logo eram amantes. Então muitas questões se levantam na cabeça de Morgan e de Jonah, à quanto tempo isto acontecia? O filho que Jenny afirma ser do Jonah, será dele ou de Chris? 

Só um aspeto importante, talvez devesse ter referido no início, Chris, Morgan, Jenny e Jonah eram amigos desde sempre (Morgan e Jenny, irmãs). Morgan a certa altura da sua tenra idade engravidou e casou com Chris, daí nasce Clara, que agora com 16 anos perde não só o pai mas a tia que tanto adora e na qual depositava toda a sua confiança. 

Este é o enredo, com personagens fortes e frágeis que se culpabilizam e tentam  fugir à verdade.

Foi uma leitura agradável, apesar, como já referi, previsível...

Classificação de 3*** no Goodreads.

Excelentes leituras!