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terça-feira, 11 de agosto de 2020

54 # Opinião | "Menina Boa Menina Má" de Ali Land

 

Sinopse:

Quando Annie, 15 anos, entrega a sua mãe à polícia espera um novo começo de vida — mas será que podemos realmente escapar ao nosso passado? A mãe de Annie é uma assassina em série. Annie ama a sua mãe, mas a única maneira que tem de a fazer parar é entregá-la à polícia. Com uma nova família de acolhimento e um novo nome — Milly —, espera um novo começo. Agora pode ser quem quer. Mas, com o julgamento da mãe à porta, os segredos do passado de Milly não vão deixá-la dormir… Quando a tensão sobe, Milly vai ter de decidir: será uma menina boa? Ou uma menina má? Porque a mãe de Milly é uma assassina em série. E ela é sangue do seu sangue.

Opinião:

Mas que leitura foi esta? Foi uma loucura.

Este livro é o melhor livro do género thriller psicológico que li até hoje, disto eu não tenho a menor dúvida.

A narradora da história é a Annie que depois muda de nome, por uma questão de segurança, proteção de testemunha, para Milly. Annie é uma adolescente que é filha de uma mãe serial killer, o que já por si é quase contra natura. Isto porque, a percentagem de mulheres/mães serial killers é extremamente baixa. Este facto levou-me também a refletir sobre a mãe de Annie, o que a terá tornado nesta pessoa com estes comportamentos tão horrendos? Annie é mal tratada pela sua mãe, física e psicologicamente e foi também obrigada a assistir aos 9 assassinatos que a sua mãe comete, quase todos a rapazes entre os quatro e seis anos. O último menino que Annie teve de assistir ao seu sofrimento era seu amigo e terá sido este facto que fez com que ela se dirigir-se  à polícia para denunciar a sua mãe.

Após ser retirada de casa, ela muda de nome e vai para uma família de acolhimento que vive numa zona diferente e afastada da sua. Todas estas mudanças, de nome, de família, de escola, num sítio onde não conhece ninguém criam ainda mais ansiedade na Annie, agora Milly.

Este é um livro que me deixou a refletir bastante sobre o que leva a uma pessoa ser considerada como má ou boa. Todos temos tanto de bom como de mau dentro de nós, agora tal como refere no livro, somos livres de alimentar o lado bom ou o lado mau. Mas será que todos nós podemos realizar essa escolha  de forma esporádica? Não são os acontecimentos do nosso dia a dia que vão alimentando o lado bom e o lado mau, mesmo sem dar-mos conta disso?

Esta não foi de modo algum uma leitura fácil, tive que parar várias vezes pois  tem camuflado, nas entre linhas, as atrocidades que aquela mãe fez aquelas crianças. Por outro lado, temos o sofrimento daquela filha que tem de assistir a tudo, como se fosse um aprendizado que a mãe lhe oferece.

Em relação à família de acolhimento temos o Mike, que também é o psicólogo da Milly, a sua esposa e a sua filha que anda na mesma escola de Milly. Phoebe a filha do casal tem também ela as suas inseguranças, isto porque, viu durante anos os pais a acolher crianças  e ela acaba sempre por ficar em segundo plano. Até que ponto esta família de acolhimento não é também disfuncional?

Aconselho a leitura refletida deste livro.

Classificação de 5 estrelas no Goodreads.

Excelentes leituras!

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