As Luzes de Setembro
Trilogia da Neblina - Vol. III
de Carlos Ruiz Zafón;
Tradução: Maria do Carmo Abreu
Edição/reimpressão:2014
Páginas: 256
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896575205
Preço: 15,98 euros
Comecei a ler:06-07-2015
Terminei de ler:07-07-2015
Sinopse:
«Um misterioso fabricante de brinquedos que vive em reclusão numa gigantesca mansão povoada de seres mecânicos e sombras do passado...
Um enigma em torno de estranhas luzes que brilham entre a neblina que rodeia a ilhota do farol. Um ser de pesadelo que se oculta nas profundezas do bosque...
Estes e outros elementos tecem a trama do mistério que unirá Irene e Ismael para sempre durante um mágico Verão em Baía Azul. Um enigma que os levará a viver a mais emocionante das aventuras num labiríntico mundo povoado de luzes.
Um livro fascinante de intriga, fantasia, mistério e amor com uma tensão e um suspense que aumenta à medida que avançamos na história. E sempre envoltos numa atmosfera ameaçadora.»retirado do site wook
Um enigma em torno de estranhas luzes que brilham entre a neblina que rodeia a ilhota do farol. Um ser de pesadelo que se oculta nas profundezas do bosque...
Estes e outros elementos tecem a trama do mistério que unirá Irene e Ismael para sempre durante um mágico Verão em Baía Azul. Um enigma que os levará a viver a mais emocionante das aventuras num labiríntico mundo povoado de luzes.
Um livro fascinante de intriga, fantasia, mistério e amor com uma tensão e um suspense que aumenta à medida que avançamos na história. E sempre envoltos numa atmosfera ameaçadora.»retirado do site wook
Críticas de imprensa
«Excitante… cheio de trinados e arrepios.»
Publishers Weekly
«Zafón criou uma história original que irá manter os leitores presos às suas páginas. Um genuíno mistério com pinceladas de terror.»
Kirkus Reviews
«Um thriller agradavelmente antiquado... Um mistério cheio de autómatos assustadores e segredos mortais.»
Financial Times
Publishers Weekly
«Zafón criou uma história original que irá manter os leitores presos às suas páginas. Um genuíno mistério com pinceladas de terror.»
Kirkus Reviews
«Um thriller agradavelmente antiquado... Um mistério cheio de autómatos assustadores e segredos mortais.»
Financial Times
Minha opinião:
O livro «As Luzes de Setembro» é
o último livro da Trilogia da Neblina, que tem livros independentes, ou seja, podem
ser lidos por qualquer ordem.
Este livro prendeu-me deste o
início ao contrário do anterior, não querendo tirar o mérito a nenhum dos
livros que li até hoje de Carlos Zafón, pois este é um escritor brilhante e
cuja sua imaginação para a escrita fantasmagórica é a meu ver inegável.
Após a morte do seu marido em
1937, e da situação de dívidas que ele deixa à sua família, Simone Sauvelle
deixa Paris com os seus filhos e vai morar em uma pequena cidade no litoral da
Normandia para trabalhar como governanta de Lazarus Jann, um homem muito rico e fabricante de brinquedos, que mora numa mansão com a sua esposa doente, e os seus muitos
brinquedos autómatos assustadores. Simpático e muito educado,
Lazarus trata Simone e os seus filhos com muito carinho e respeito, dividindo com eles
algumas das suas criações. Os seus autómatos são tão perfeitos que chegam a
assustar dando a impressão terem vida própria.
Simone e seus filhos estão muito
animados com a mudança, Dorian - o filho mais novo -, passa os seus dias dedicado a fazer mapas e apreciar a linda paisagem da Baía Azul. Mas Lazarus pede algo a
Dorian que não podia tê-lo deixado mais satisfeito, ele passa a ser seu ajudante na entrega de recados e, desta forma, tem a oportunidade de conhecer um pouco mais
do universo dos brinquedos.Irene não poderia estar mais encantada com as
praias e, principalmente, um certo pescador, Ismael.Irene é uma adolescente, que começa a apreciar as profundas alterações do seu corpo - com quinze anos -.Rapidamente faz amizade com Hannah, que se torna a sua maior amiga, Hannah é uma rapariga da vila muito faladora que
trabalha como cozinheira na mansão Cravenmoore,e o seu primo é o pescador
pelo qual Irene encantada, um marinheiro que gosta de solidão.
Juntos,Irene e Ismael passam a explorar
o mar no pequeno veleiro do marinheiro, descobrindo coisas incríveis. Como quando a história da misteriosa mulher que sumiu de forma
inexplicável a caminho do farol – o mesmo farol onde os dois se beijam pela
primeira vez.
Ismael sabendo que Irene está
intrigada com a história da mulher misteriosa empresta-lhe o diário da tal
mulher. Irene começa a tentar desvendar suas páginas angustiadas e sombrias.
Mesmo sem conseguir entender o que aconteceu com sua dona, a Irene sente-se
envolvida e profundamente tocada pela vida daquela pessoa desconhecida.
Mas tudo se altera numa noite
chuvosa, a vida de todos está prestes a mudar para sempre. Isso porque, sem
querer, Hannah, que poucas vezes ficava a dormir na mansão, numa noite em que
lá ficou é acordada com um incómodo barulho de janela a bater e decide ir
fechá-la. Mesmo achando o local estranhamente assustador, com tantos autómatos
circulando, a Hannah vai até ao quarto de onde vem o barulho. Mas não se limita a fechar a janela e faz algo que vai ter repercussões estrondosas para todos. Hannah liberta um mal
escondido há duas décadas dentro de um frasco de perfume.
A atmosfera de felicidade é
desfeita pois acontecimentos macabros começam a suceder e uma sombra maligna assombra
Cravenmoore.
Desesperados em busca de
respostas, Irene e Ismael começam a investigar profundamente os mistérios que
envolvem Cravenmoore e o seu dono, envolvendo-se numa aventura muito, mas mesmo
muito perigosa, da qual nem mesmo Simone e Dorian têm esperança de poder
escapar.
Irene é adorável e cativou-me logo nas primeiras linhas, Hannah é uma jovem divertida e tagarela, Dorian é um rapaz muito perspicaz e observador, Ismael é um jovem do mar tranquilo que
conquista com poucas palavras.
Logo que o engenheiro Lazarus foi
apresentado, senti que ele escondia alguma coisa sobre seu passado e a doença
da sua esposa pareceu-me logo muito estranha, dado que ele não permitia a ninguém ir vê-la, contudo, quando seus segredos vieram à tona, foi impossível não ficar
sensibilizada com sua história.
E eis que no meio da leitura tive
uma surpresa ao ver que Andreas Corelli faz uma participação nesse livro. Quem
ainda não leu os livros para o público adulto deste escritor e não conhece o Sr.
Corelli, pode ficar tranquilo que seu papel em «As Luzes de Setembro» é bem
explicada e não tem relação com os outros livros desta trilogia.
Com bastante ação e momentos verdadeiramente aterrorizadores – e cheios de agonia, quando achamos que é o fim da linha -, «As
Luzes de Setembro» esconde não só uma, mas algumas histórias de amor. Não só o
amor entre homens e mulheres, mas entre mães e filhos e, claro, entre homens e
seus sonhos.
Apesar de todo o aspecto sombrio,
a história é extremamente envolvente e é uma leitura deliciosa. Muito honestamente perdi-me
nas páginas e mal dei pelo tempo passar, sempre a querer apenas parar e que no
final, as coisas terminassem bem. Os personagens são cativantes e parecem
amigos próximos, o que torna a leitura ainda mais emocionante.
Não me canso de dizer que a escrita
do Zafón é mágica, mais uma vez fui transportada para outro mundo durante a
leitura, um mundo fantasmagórico, mas maravilhosamente aterrador.
A narrativa começa apresentando os personagens, depois um elemento de
mistério é acrescentado, seguido de um suspense que cresce conforme avançamos
na leitura até estarmos completamente imersos na narrativa. Outra
característica do autor, é o toque macabro que permeia suas histórias e em «As
Luzes de Setembro», não poderia ter sido diferente.
No livro «As Luzes de Setembro» o estilo
narrativo de Zafón é como se ele testasse os seus próprios limites, fazendo diferentes experiências do ponto de vista dos recursos linguísticos.
É inegável que o Zafón é um bom contador de
histórias. O livro reúne o que um leitor procura: diversão, mistério e uma
pitada de romance, a meu ver um pouco de terror à mistura.
«As Luzes de Setembro» é uma
leitura para o público juvenil e para o adulto, muito bem escrito, a narrativa
é maravilhosa, repleta de metáforas e temas que servem para uma boa reflexão.
Impossível de largar, enquanto como leitora não resolvi os mistérios e
cheguei ao fim do livro.
Recomendo vivamente a leitura
deste livro.
Excertos:
«Era um frio amanhecer e Inverno e os vidros da sala número catorze do Hospital Saint George estavam tingidos por uma fina película de gelo que desenhava umas aguarelas fantasmagóricas da cidade na treva dourada do amanhecer.» pág.17
«Uma ténue brisa soprava do mar e agitava a espessura do bosque que rodeava Cravenmoore. O sibilo invisível das folhas acompanhava o eco dos passos de Simone e dos filhos no caminho que atravessava o arvoredo, um verdadeiro túnel talhado numa selva escura e insondável. A pálida luz da Lua lutava para atravessar o sudário de sombras que cobria o bosque. As vozes invisíveis dos pássaros que faziam ninho nas copas daqueles gigantes centenários formavam uma inquietante litania.
-Este lugar dá-me calafrios-notou Irene.
-Disparates-apressou-se a atalhar a mãe.-É simplesmente um bosque. Vá, vamos andando.» pág.25
«As maçanetas das portas eram rostos risonhos que piscavam os olhos ao girar. Uma grande coruja de magnífica plumagem dilatava as pupilas de vidro e agitava-se lentamente nas brumas. Dezenas ou quiçá centenas de miniaturas e brinquedos ocupavam uma imensidade de paredes e vitrinas que demoraria uma vida a explorar.» pág.29
«Ismael abriu a porta da casa do farol e fez sinal a Irene que entrasse. A rapariga penetrou na velha vivenda e sentiu como se acabasse de dar um passo de duas décadas no passado. Tudo continuava intacto, sob uma capa de neblina formada pela humidade de anos e anos. Dezenas de livros, objectos e móveis permaneciam intactos, como se um fantasma tivesse levado o faroleiro de madrugada. Irene olhou para Ismael, fascinada.» pág.82
«Enquanto o faziam, um único pensamento atravessou a mente da rapariga: num mundo de luzes e sombras, todos, cada um de nós, devia encontrar o seu próprio caminho.» pág.247
«Era um frio amanhecer e Inverno e os vidros da sala número catorze do Hospital Saint George estavam tingidos por uma fina película de gelo que desenhava umas aguarelas fantasmagóricas da cidade na treva dourada do amanhecer.» pág.17
«Uma ténue brisa soprava do mar e agitava a espessura do bosque que rodeava Cravenmoore. O sibilo invisível das folhas acompanhava o eco dos passos de Simone e dos filhos no caminho que atravessava o arvoredo, um verdadeiro túnel talhado numa selva escura e insondável. A pálida luz da Lua lutava para atravessar o sudário de sombras que cobria o bosque. As vozes invisíveis dos pássaros que faziam ninho nas copas daqueles gigantes centenários formavam uma inquietante litania.
-Este lugar dá-me calafrios-notou Irene.
-Disparates-apressou-se a atalhar a mãe.-É simplesmente um bosque. Vá, vamos andando.» pág.25
«As maçanetas das portas eram rostos risonhos que piscavam os olhos ao girar. Uma grande coruja de magnífica plumagem dilatava as pupilas de vidro e agitava-se lentamente nas brumas. Dezenas ou quiçá centenas de miniaturas e brinquedos ocupavam uma imensidade de paredes e vitrinas que demoraria uma vida a explorar.» pág.29
«Ismael abriu a porta da casa do farol e fez sinal a Irene que entrasse. A rapariga penetrou na velha vivenda e sentiu como se acabasse de dar um passo de duas décadas no passado. Tudo continuava intacto, sob uma capa de neblina formada pela humidade de anos e anos. Dezenas de livros, objectos e móveis permaneciam intactos, como se um fantasma tivesse levado o faroleiro de madrugada. Irene olhou para Ismael, fascinada.» pág.82
«Enquanto o faziam, um único pensamento atravessou a mente da rapariga: num mundo de luzes e sombras, todos, cada um de nós, devia encontrar o seu próprio caminho.» pág.247
Boas leituras!
Olá Carla
ResponderEliminarDeste autor só li A Sombra do Vento e gostei muito, tenho de ler outros. Este pareceu-me muito bom!
Beijinhos e boas leituras
Olá Sara,
EliminarEu adoro cada vez mais este escritor, ele consegue transportar-me para o mundo fantasmagórico criado por ele de uma forma tão natural que quando dou conta o livro já terminou. Vale apena leres mais Zafón.
Beijinhos e boas leituras.
Olá Carla!
ResponderEliminarSou fã de Zafón e gostei muito da tua opinião. E fico contente por teres gostado do livro. Nota-se que este livro é mais consciente do que os outros da trilogia (pelo menos para mim).
Mas, para mim, nada bate A Sombra do Vento <3
Beijinhos
Olá Tita,
EliminarEu adoro cada vez mais Zafón, é um escritor que me agarra e faz-me esquecer o tempo, as horas vão passando e nem dou conta. Adorei esta trilogia, o livro que gostei mais foi este mas gostei muito do primeiro também. Talvez o segundo tenha sido o menos fantasmagórico mas foi igualmente maravilhoso.
Não li ainda A Sombra do Vento, li o Jogo do Anjo que adorei, li-o pensando que era o primeiro, e amei o livro. Agora quero muito ler A Sombra do Vento, O Prisioneiro do Céu e Mariana, pois são os que tenho de Zafón por ler cá e casa.
Beijinhos e boas leituras.
Ola, Carla!
ResponderEliminarParece muito interesante este livro de Zafón. So li "A sombra do vento" prro este parecr muito bom.
Beijos.
Olá,
EliminarEu adoro Zafón, que belo escritor espanhol, que delicia de escrita. Não li a Sombra do Vento mas li O Jogo do Anjo e esta trilogia toda e estou rendida à sua escrita.
Beijinhos e boas leituras.
Olá,
ResponderEliminarJá percebi que Zafón é mesmo um dos teus escritores de eleição, mais uma vez gostei muito da tua opinião. Tenho mesmo que me arriscar com o autor, é que só falam bem dele, a sério!
Beijinhos.
Olá,
EliminarLê Zafón Tânia garanto que não te irás arrepender é um escritor brilhante com uma escrita muito diferente da habitual.
Beijinhos e boas leituras.
Olá Carla,
ResponderEliminarTenho mesmo de ler algo do autor. Com tantas opiniões positivas sobre os seus livro quero tirar as minhas conclusões.
Gostei muito da tua opinião.
Beijinhos
Olá Tânia,
EliminarEstou de acordo contigo, acho que deves ler Zafón e vais ver como vais gostar.
Beijinhos e boas leituras.